segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Meu silêncio

Quem me conhece pouco diz que sou muito calada ou misteriosa.
Considero-me apenas observadora. Gosto não só de ouvir, como de absorver pessoas.
Hoje fui presenteada pelo destino com um texto de Rubens Paiva, onde ele diz: “Sempre vejo anunciando cursos de oratória ... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Ouvir é complicado e sutil.”
E mais a frente ele destrincha uma série de pensamentos que também compartilho.
Geralmente quando ouço alguém; um amigo, um desabafo, uma declaração; não coloco de imediato uma nova colocação oposta ou sequer complementar. Afinal de contas, o que me falastes, são seus pensamentos. Eles estão carregados de suas crenças, percepções e por vezes esperanças. São seus. São íntimos e me são estranhos. Eles vêem de fora para mim, e me invadem, me alimentam, algumas vezes me embriagam. Preciso mastigar, saborear e digeri-los. E isto leva tempo.
Não julgo, apenas absorvo.
Então entenda, se falares comigo e eu permanecer a olhar-te em silêncio é porque me alimento de você. Meu silêncio não te ignora; te devora e pondera.
“Não é o bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. È preciso também que haja silêncio dentro da alma.”
Alimento-me então da percepção, sentimento, da dor ou alegria. Do verbal e não verbal desta troca. Alimento-me do que tiver para compartilhar. E assim minha alma sacia.
Não quero uma áurea de mistério quando calo. Nem se quer ocultar respostas. Quero apenas ver em você uma beleza que poucos conhecem, e talvez nem você tenha se dado conta.
É com todas esta influências que cuidadosamente absorvo que me monto ou desmonto de formas tão diferentes e essência tão parecida.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Há muito tempo não a via.
Quase não a reconheci.
Encontrei-a ali naquela noite depois de tantas noites sem nos ver.
-Nossa! (sorriu ela) Fazem anos que não nos vemos.
Surpresas e felizes ficamos ali, rindo e sentindo saudades. Tudo novo e tão antigo ao mesmo tempo.
Depois de alguns dias nos encontramos ao acaso novamente, passaram-se algumas horas e ela partiu.
Antes de dizer até breve, sorri e pensei: - Bom me encontrar novamente.
(nov/2009)