terça-feira, 2 de junho de 2009

Só não duvido da fé

Estava conversando com meu amigo no almoço. Eu, que namoro outra mulher, sem religião definida, porém espiritualizada e flamenguista Ele, filho de pastor, criado no evangelho, heterossexual e botafoguense. Sim, somos colegas de trabalho, não dos que só se cumprimentam pelos corredores, mas dos que tem cuplicidade e respeito.
Adivinha sobre o que resolvemos conversar? Sobre o que de certo discordaríamos.
Óbvio que temos visões bastante diferentes do conceito de certo e errado, mas o que me incomoda mesmo é acharem que só existe uma opção certa.
Respeito às tradições, tenho formação católica, estudei em colégio de freira. Só que esta história que só minha verdade salva, não concordo.Esta regra fixa de Jesus Cristo o único caminho para Deus, não me soa bem. Um ser tão grandioso, supremo e apenas uma estrada leva a Ele, não... Não me soa bem mesmo.
Acredito que as pessoas chamem Deus de Brahma, Alá, Jeová, Zeus, Grande Mãe, e estejamos falando todos do mesmo Ser Supremo; mas a nossa arrogância muitas vezes impede de aceitar a verdade do outro e achar que a nossa é a única “verdade universal” e que não pode ser contestada.
Para mim religião é uma questão de identificação, é a forma que você encontrar de se sentir em paz. Afinal Deus é uma experiência de amor supremo, eu posso encontrá-Lo ajoelhada em uma igreja, em posição de lótus olhando para dentro de mim, ao por do sol curvando-me e fazendo orações, ou acreditando que a natureza é sagrada. A grande questão é com o que vou me identificar.
Não vou dizer a ninguém que a sua oração é errada, ou que não se deve rezar a Ave Maria, que seu mantra não tem poder, a Lua Cheia não lhe emana energia, ou que ficar em silêncio não aproxima Deus. Cada um sabe a maneira de se tornar melhor. Todos temos Deus como parte de nós e vamos encontrá-Lo por caminhos diferentes. Mas as estradas dos outros são tão sagradas quanto as nossas e precisamos respeitar.
To trilhando a minha estrada ainda, as vezes rezo, as vezes oro, por vezes sento aos pés de uma arvore e falo comigo mesma ou com ela, ou subo a lugares altos e me sinto elevar, outras vezes simplesmente tento só ficar em silêncio e olhar para dentro. Mas o que me importa mesmo é que seja o que eu faça, sinto que existe uma Força Maior, geralmente chamo de Deus, mas denominações não me importam.

3 comentários:

  1. Amor tenho profunda admiração pela forma que escreve.

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  2. É isso aí menina,certíssima.Beijos,Marcia Paula(estou fuçando no meu blog de testes).Beijos.

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  3. Esqueci de dizer: os contos curtos sempre voltam depois dos longos.Não sei se você reparou,mas eu procuro equilibrar,afinal eu também gosto dos meus contos curtos.Fiz dois ontem.Beijos,querida e obrigada pela visita.

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